Comunicação visual acessível: por que a sinalização em Braille é essencial?

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Você já colocou uma venda em seus olhos e tentou andar pela sua casa sem qualquer amparo? Essa é uma brincadeira clássica que deixou de ser apenas coisa de criança para se transformar numa experiência importante de empatia. Com ela, você pode sentir por alguns minutos as mesmas dificuldades que uma pessoa com deficiência visual sente. 

Foi durante um exercício como esse que uma professora com diabetes e risco de perder a visão decidiu mudar sua vida radicalmente para combater a doença. 

Nos perguntar como vive essa camada da população, nos faz entender na prática o porquê da sinalização em braille ser tão fundamental. 

Mas afinal, o que é a sinalização em braille e por que faz diferença? 

Desde que Louis Braille criou o sistema de pontos táteis no século XIX, a linguagem passou a ser um instrumento essencial para que pessoas cegas ou com baixa visão possam acessar informações por conta própria. A sinalização em braille traz esse sistema para placas, botões, mapas e orientações em ambientes diversos. 

Imagine bater à porta de um banheiro e não conseguir identificar se é masculino ou feminino sem ajuda de outra pessoa. Agora, pense no botão do elevador, na saída de emergência ou no mapa tátil de uma estação de metrô. O braille transforma tudo em informação ao alcance de todos. 

Por isso, esse tipo de comunicação deixou de ser simplesmente um “diferencial” e virou obrigação no Brasil. Mais do que cumprir leis, adotar o braille é promover autonomia, segurança e inclusão para milhões de pessoas com deficiência visual.

Saiba o que diz a constituição sobre a obrigatoriedade

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI, Lei n.º 13.146/2015) exige acessibilidade em locais públicos e privados de uso coletivo. O Decreto n.º 5.296/2004 e a norma ABNT NBR 9050 definem critérios técnicos para braille, como tamanho dos pontos, espaçamento, posição e materiais permitidos. 

A falta de conformidade pode gerar multa, e até duplicação do valor em caso de reincidência, dependendo da esfera (municipal, estadual ou federal).

Segundo a revisão de junho de 2025 da Essencial Acessibilidade, a sinalização em braille é exigida nos seguintes ambientes: 

  • Edifícios públicos e de uso coletivo: hospitais, escolas, tribunais, museus, centros culturais, repartições, etc.;
  • Estabelecimentos privados que atendem ao público: bancos, shoppings, hotéis, restaurantes, cinemas, estádios;
  • Elevadores: botões com número do andar, instruções e avisos em braille, muitas vezes complementados por sinalização sonora;
  • Transporte coletivo: terminais rodoviários, estações de ônibus, metrôs, trens e aeroportos.

Esses são apenas alguns dos locais, mas vale sempre ficar de olho nas leis estaduais e municipais para saber exatamente como implementar a acessibilidade, seja no seu projeto, na sua obra ou negócio.

O uso do braile traz muitos benefícios práticos para pessoas com deficiência visual e para a sociedade, como autonomia e igualdade, segurança e mobilidade, por exemplo.

Em locais complexos como estações de metrô ou prédios corporativos, a sinalização braille, combinada a pisos táteis, ajuda a definir rotas e alertar para obstáculos. Isso reduz acidentes e dá mais confiança para se deslocar. 

Além disso, a inclusão pode ter um impacto real no desenvolvimento econômico e reputacional. Já ficou comprovado que empresas comprometidas com a acessibilidade ganham destaque no mercado. 

Investir em braille e sinalização de qualidade pode ser um diferencial competitivo e ético.

Como garantir que a sinalização em braille funcione de verdade?

Não basta ter, precisa ser utilizável também, mas instalar braille apenas para cumprir agenda é mais comum do que deveria. Se a placa estiver fora da faixa de alcance (idealmente entre 1,20 m e 1,60 m do chão) ou obstruída por objetos, ela não serve de nada. 

É preciso respeitar os padrões da NBR 9050, que inclui tamanho dos pontos, espaçamento, relevo, tipo de fonte, posicionamento, tudo tem especificação. Desrespeitá-las compromete a leitura tátil. 

Isso se estende às escolhas de materiais que idealmente devem ser resistentes e de boa durabilidade, como o PVC, acrílico, aço escovado, alumínio, etc. O acabamento deve ser liso, sem bordas cortantes, afinal, os dedos vão deslizar com frequência e é preciso ter cuidado para evitar tropeços.

Depois de tudo isso acertado é imprescindível ouvir quem importa. Então uma dica essencial é pedir às pessoas que precisam do braile para fornecer um feedback da sua implementação em determinado local. Afinal, o objetivo é ajudar o próximo.

Pense para além do Braille

Se destacar ao promover representatividade e inclusão é mais do que um gesto normativo, é usar a criatividade para solucionar problemas reais. Além do braille, incorpore texto em relevo ampliado, símbolos visuais em alto contraste de cores e pictogramas, para atender pessoas com baixa visão ou dificuldades de leitura.

Isso certamente vai fazer toda a diferença na forma como uma empresa se posiciona diante das dificuldades. Também é uma forma de demonstrar se importar em transformar a humanidade um pouco mais a cada dia com um gesto simples, mas significativo.

Implementar sinalização em braille não é só evitar multas ou parecer inclusivo no papel. É construir ambientes eficientes, seguros, acessíveis de verdade, que acolham todas as pessoas com dignidade. 

Seja no transporte público, em prédios comerciais, hotéis, museus ou hospitais, abraçar o braille é assumir compromisso concreto com a igualdade.

Se a sua empresa, projeto ou construção ainda não considera essa comunicação tátil, este é o momento. Comece consultando a NBR 9050, fazendo pesquisas, projetando com especialistas como a Essencial Acessibilidade e envolvendo pessoas com deficiência na cocriação. Os resultados em autonomia, imagem institucional e impacto social fazem valer cada investimento. 

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