A pergunta do título desse artigo é muito oportuna, você não acha? Afinal, 2024 está sendo um ano de eleições municipais e, nessas épocas, o tema acessibilidade para deficientes é muito discutido. Nesse sentido, os governantes sempre têm soluções para os problemas, mas muitas vezes elas não se concretizam.
Assim, no artigo de hoje queremos tentar compreender os motivos pelos quais as grandes cidades estão deixando muito a desejar no quesito acessibilidade. Afinal, onde estamos falhando? Quais os erros do poder público e também das instituições privadas? Veja na sequência mais informações!
Acessibilidade para deficientes no Brasil
Quando falamos em acessibilidade, estamos falando de inclusão, empatia e segurança para milhões de pessoas. Para você ter uma ideia, mais de 20% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. E isso equivale a mais de 45 milhões de pessoas!
Porém, ainda estamos longe de oferecer uma estrutura adequada para essa fatia do nosso povo. Por exemplo, um levantamento divulgado em 2021 mostrou que quase 70% das pessoas com deficiência não concluíram o ensino fundamental. E, além disso, apenas 5% concluíram a faculdade.
Esses dados são alarmantes e mostram como nosso país ainda está muito atrasado em relação a esse tema. Dessa forma, muitos fatores contribuem para esses números. Podemos citar como exemplo a falta de estruturas nas escolas e instituições de ensino de forma geral. Além disso, falta de profissionais qualificados e mobilidade prejudicada.
Se deslocar de um lugar a outro nas grandes cidades é um desafio enorme para pessoas com deficiência. E muitas vezes impossível! As calçadas não possuem acessibilidade, os transportes não são adaptados, e assim por diante.
Em outras palavras, a pessoa com deficiência no Brasil não possui independência e corre sérios riscos quando se desloca sem acompanhante pelas grandes cidades. Então, sim, estamos falhando nesse assunto. Mas por onde passas esses erros?
Assunto levantado em debate
Em tese, as eleições são momentos em que os governantes e candidatos discutem as propostas para melhorar a vida das pessoas. Dessa forma, 2024 está sendo o ano das eleições municipais.
Por isso, o tema acessibilidade vem sendo muito discutido nos debates, propagandas eleitorais e sabatinas. Recentemente, um dos debates para a prefeitura de São Paulo chamou a atenção. Nele, a ativista e influencer Andrea Schwartz foi a escolhida para fazer um questionamento sobre o tema.
Ela ressaltou que as pessoas com deficiência são invisíveis para o poder público. E também que o orçamento da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo é o menor de todos. Por fim, questionou o que o futuro prefeito da cidade pretende fazer em relação a isso.
O candidato sorteado para responder essa pergunta foi o atual prefeito e líder das pesquisas Ricardo Nunes. Ele justificou dizendo que, mesmo o orçamento desta pasta ainda ser bem menor que o das demais, houve um aumento considerável nos últimos anos.
Para exemplificar isso, levando em conta dados de 2017, São Paulo possui mais de 810 mil pessoas com deficiência. Segundo Ricardo Nunes, o orçamento da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência aumentou. Ele era de R$12 milhões e saltou para R$80 milhões em 2024.
Mesmo assim, confessou que ainda é pouco diante da demanda de São Paulo. Nesse sentido, quais as soluções e por que esse é um problema crônico em todas as grandes cidades?
Motivos que contribuem para falta de acessibilidade
A acessibilidade para deficientes é um tema amplo, que precisa ser debatido em todas as esferas. E isso tanto pelo setor público como pelos segmentos privados. Nesse sentido, existem vários tipos de acessibilidade, incluindo a acessibilidade arquitetônica, comunicacional, metodológica, entre outras.
Por isso, grande parte dos projetos está desatualizada em relação à acessibilidade como um todo. Por exemplo, existem edificações que até possuem acessibilidade arquitetônica. Porém, não contam com acessibilidade comunicacional, e assim por diante.
E é nesse sentido que as grandes cidades estão falhando. Justamente porque falta um entendimento da complexidade da palavra acessibilidade e o que ela representa para milhões de pessoas.
Com isso, pessoas com deficiência perdem autonomia e independência. Além disso, muitas vezes elas deixam de se locomover, por conta da impossibilidade de fazerem isso sozinhas. E, quando precisam se locomover, sofrem com a precariedade das estruturas. E ainda estão sujeitas a acidentes (que muitas vezes podem ser graves).
Assim, a acessibilidade é uma questão de segurança, mobilidade urbana e, acima de tudo, de humanidade. Afinal de contas, o direito de ir e vir está na Constituição, não é mesmo? Então como explicar que, nas grandes cidades, milhares de pessoas não têm acesso a esse direito?
Para exemplificar tudo o que falamos até agora, separamos 4 atitudes que demonstram a falta de preocupação com a acessibilidade nas cidades mais populosas.
Falta de orçamento
Aqui temos algo que vai de encontro com o que destacamos anteriormente a respeito do orçamento de São Paulo para a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. O poder público não destina o dinheiro necessário para a viabilização de projetos acessíveis, na grande maioria dos casos.
Lembrando que estamos falando de todos os tipos de acessibilidade, não apenas da questão da mobilidade (que é a acessibilidade que mais reparamos no dia a dia). Podemos ressaltar vários exemplos. Isso inclui escolas sem profissionais qualificados, falta de sinalização, falta de equipamentos que auxiliam pessoas com deficiência, entre outros.
Aplicação errada do dinheiro
Além de poucos recursos serem disponibilizados, boa parte dele é empregado de forma incorreta ou até mesmo desperdiçado. Exemplos não faltam de projetos acessíveis e mal elaborados. Há casos extremos como, por exemplo, prefeituras que simplesmente instalaram pisos táteis em calçadas de maneira totalmente errada. E isso pode, inclusive, colocar a integridade física das pessoas em risco.
Falta de parcerias
Uma forma de resolver parcialmente os dois problemas citados acima seria a viabilização de parcerias entre o poder público e empresas privadas especializadas em acessibilidade. Essa questão já avançou nos últimos anos, mas ainda falta muito. Essa escassez de parcerias pode ser determinante para a qualidade de vida dos moradores de grandes cidades.
Falta de manutenção
Muitas estruturas até possuem elementos acessíveis. Mas com o passar do tempo, o projeto acaba se deteriorando devido à falta de manutenções. Outro exemplo comum é quando o poder público precisa realizar obras e remover a acessibilidade por determinado período de tempo. Após a realização da obra, muitas vezes os elementos acessíveis não são recolocados de maneira adequada. Isso inclui pisos táteis, placas em braile, corrimões, entre outros.
O que podemos fazer para mudar isso?
Não há uma solução a curto prazo para esse problema. Mas podemos cobrar o poder público, ficando muito atento ao que está sendo proposto. E principalmente, fiscalizar se o que foi prometido será cumprido durante a gestão.
Além do mais, você não precisa ficar parado esperando a acessibilidade para deficientes nas grandes cidades melhorar do dia para a noite. Caso seja gestor público ou privado, ou ainda responsável por algum projeto, pode começar hoje mesmo a pensar nessa questão.
Em outras palavras, você pode e deve investir em um projeto acessível para sua edificação. E, se quiser fazer uma parceria sólida para isso, conte com a Essencial Acessibilidade. Nossa empresa é especializada e referência nesse segmento em todo o Brasil. Entre em contato conosco e conheça nossas soluções em acessibilidade.